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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Curiosidades Bíblicas: Obras dos primórdios do Cristianismo, tidas como apócrifas

No início do Cristianismo havia uma profusão de escritos sobre a vida de Jesus. Com base em seus ensinamentos foram escritos diversas obras, em diversos estilos literários, tais como: Evangelhos e Apocalipses e outras narrativas
.
Algumas dessas obras foram adotadas e se encontram na Bíblia. Outras foram rejeitadas pelos primeiros líderes da Igreja, sob a alegação de que se tratavam de obras heréticas ou apócrifas. A maioria dessas obras fazem parte dos acervos conhecidos como Biblioteca de Nag Hamaddi, Códice Tchacos ou Manuscritos do Mar Morto.

É claro, que por trás de tais fatos estavam interesses maiores daqueles que eram os lideres da Igreja emergente no ocidente, também chamados de heresiologistas, que se degladiavam pelo poder com os gnósticos. O primeiro grupo foi prevalecente e muitas obras, contrárias a seus interesses foram simplesmente, relegadas ao esquecimento e mesmo a destruição. Felizmente muitas dessas obras foram preservadas da destruição.

A figura central desse período foi Irineu, bispo de Lyon, que determinou quais Livros fariam parte da Bíblia e que deveriam contar a história do filho de Deus. Os livros excluídos - todos da linha de pensamento gnósticos - receberam o carimbo de heréticos.

Sabe-se que, no que concerne aos Evangelhos, umtipo de literatura da época, foram escritos em número de 315, copiando-se sempre uns aos outros. No Concílio de Niceia, tal número foi reduzido para 40, e destes foram sorteados os 4 que até hoje estão vigorando.

Assim, ficaram de fora muitas obras, entre as quais destacamos as seguintes:
- O Evangelho da Verdade;
- O Evangelho de Tomé, o Dídimo;
- O Evangelho de Pedro;
- O Evangelho de Filipe;
- O Evangelho de Maria;
- O Evangelho dos Ebionitas;
- O Evangelho dos Nazarenos;
- O Evangelho dos Hebreus;
- O Evangelho dos Egípcios;
- O Evangelho de Judas;
- O Evangelho de João (apócrifo, Códice de Nag Hammadi II);
- Revelação de Paulo;
- Atos de João;
- Segundo Tratado do Grande Seth;
- Revelação de Pedro (de Nag Hammad);
- Epístola de Pedro a Filipe (Códice de Nag Hammadi VIII);
- Primeiro Apocalipse de Tiago do Códice de Nag Hammadi V;
- Livro de Alógeno (ou O Estranho);
- O Apocalipse de Adão.

Poderíamos questionar a autoridade do bispo de Lyon para determinar que livros deveriam fazer parte da Bíblia. Mas sabe-se que seus critérios forma muitos subjetivos (clique aqui e veja postagem sobre o assunto).

Se o pensamento gnóstico tivesse prevalecido sobre o pensamento cristão ortodoxo ocidental, certamente, as idéias gnósticas seriam coerentes e perfeitamente comuns, como já disse, certa vez, Jorge Luis Borges, autor da obra Três Versões de Judas.

Oportunamente publicaremos postagem sobre cada uma dessas obras tidas como apócrifas.
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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Reencarnação e o Cristianismo Primitivo

Você sabia que nos primeiros séculos do Cristianismo, a preexistência da alma e a reencarnação eram aceitas e ensinadas pelos "Pais da Igreja"?

Documentos históricos, em poder da própria Igreja, informam que nos primórdios do Cristianismo a reencarnação era uma doutrina admitida e ensinada por muitos cristãos, inclusive por muitos dos chamados Pais da Igreja.

Vários estudiosos, relatam que vários Padres da Igreja ensinaram essa doutrina e que só após o Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., é que a reencarnação foi proscrita na prática da igreja, apesar de tal decisão não ter constado dos anais do Concílio. 

Um dos mais eminentes Pais da Igreja foi Orígenes (185-253 d.C.), que influenciou bastante a teologia cristã, e defendia a ideia da reencarnação, além de Gregório de Nisa (um Bispo da igreja Cristã no século IV) entre outros. Entretanto, tais afirmativas carecem de fundamentação histórico-documental. Por isso, os teólogos cristãos não só se opõem à teoria da reencarnação, como, também, à ideia de que ela era admitida pelos cristãos primitivos. Argumentam que não há referências na Bíblia, nem citações de outros Padres da Igreja, e que as próprias afirmações de Orígenes e de Gregório de Nisa aduzidas pelos estudiosos, não são por aqueles citadas senão para as refutarem. 

Por outro lado, com base na análise da atas conciliares do Concílio de Constantinopla, constatam que os que ali se reuniram sequer citaram a doutrina da reencarnação - fosse para a afirmar ou para a rejeitar. Contra a reencarnação ainda cita-se Hebreus 9:27, o episódio dos dois ladrões na cruz, em Lucas 23:39-44, a parábola do rico e Lázaro, em Lucas 16:19-31 e Jó 10:21.

Mas, existem passagens bíblicas claramente favoráveis a idéia da reencarnação, como no Novo Testamento, em Mateus 11:12-15, 16:13-17 e 17:10-13, Marcos 6:14-15 e 18:10-12, Lucas 9:7-9, João 3:1-12 são citados por espiritualistas como evidência de que Jesus teria explicitamente anunciado a reencarnação.

Mas, sendo este um assunto relevante voltaremos a abordá-lo brevemente.

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