Nesta postagem iremos abordar o terceiro aspecto da Doutrina Espírita, que é o aspecto religioso.
No discurso de abertura da Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade de paris, publicado na revista Espírita de dezembro de 1868, Allan Kardec, respondendo à pergunta O Espiritismo é uma Religião?, em determinado trecho, nos diz:
"Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! Nos sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.".
E complementa: "por que, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios (...)".
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que se diz: doutrina filosófica e moral.
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Fonte: Livro Estudo Sistemático da Doutrina Espírita, Módulo I, Roteiro 3.
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