Mostrando postagens com marcador Origenes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Origenes. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A reencarnação e os Pais da Igreja

Nesta postagem vamos transcrever trechos, diálogos e questionamentos feito pelos Pais da Igreja entre si e, em obras a eles atribuídas.

Nos primeiros séculos do Cristianismo, a maioria daqueles que são considerados "Pais da Igreja", teólogos que ajudaram a construir os alicerces da fé cristã, admitiam, aceitavam e ensinavam sobre a preexistência da alma e a reencarnação.

Vejamos o que diziam, ensinavam e deixaram escritos, alguns deles.
------------------------------------------------------------------------------------
São Jerônimo, em uma de suas obras deixou testemunho de que a doutrina das transmigrações era ensinada secretamente a um pequeno número, desde os tempos antigos, como uma verdade tradicional que não devia ser divulgada a todo o povo, pois estes não estariam preparados para receber esse tipo de cohecimento, tal a complexidade do assunto. Era algo para estudiosos. Mesmo assim,era do conhecimento do povo.
-------------------------------------------------
Tertuliano, nasceu em Cartago, na África, e viveu de 155-220 d.C, registrou em sua obra "Apologética": Declare um cristão acreditar possível que um homem renasça noutro homem, e o povo reclamará em altos brados que seja lapidado. Entretanto, se foi possível crer-se na metempsicose grosseira, a qual afirmava que as almas humanas voltam em diversos corpos de animais, não será mais digno admitir-se que um homem possa ter sido anteriormente um outro homem, conservando sua alma as qualidades e faculdades precedentes?.

Tertuliano deixou registrado sua pergunta para a posteridade.
-------------------------------------------------
Orígenes, o mais erudito dos Pais da Igreja, viveu de 185-254 d.C, rejeitava a metempsicose e aceitava a palingenesia. Orígenes, juntamente com Santo Agostinho, é considerado o maio gênio do Cristianismo antigo. 

Orígenes deixou escrito que se o nosso destino atual não fosse determinado pelas obras de nossas passadas existências, como poderia Deus ser justo ... (. .. ) Só as vidas anteriores podem explicar a luta de Esaú e Jacó, antes do seu nascimento, a escolha de Jeremias quando ainda estava no ventre de sua mãe, e outros tantos fatos que seriam o opróbrio da justiça divina, se não fossem justificados pelas ações boas ou más praticadas em existências anteriores.
Orígenes manteve-se fiel a suas crenças mesmo após ser condenado por "heresia".
------------------------------------------------
Gregório de Nyssa, viveu de 330-400 d.C. Padre da Igreja grega, bispo de Nyssa, irmão de S. Basílio, afirmava: Há por natureza necessidade para a alma imortal de ser curada e purificada e que, se não o foi em sua vida terrestre, a cura se opere mediante vidas futuras e subseqüentes.
------------------------------------------------
Ruffinus, a respeito das obras e do que testemunhara em sua época, registrou em carta dirigida a Santo Inácio: Esta é crença comum entre os primeiros Pais. 
-----------------------------------------
Agostinho, viveu de 354-430. Era Bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, o mais célebre dos padres da Igreja Latina, se pergunta em suas "Confissões" I, VI: 
Não teria minha infância atual sucedido a uma outra idade, antes dela extinta?
Antes desse tempo, teria eu estado em algum lugar? Seria alguém? Não teria eu vivido em outro corpo, ou em qualquer outra parte, antes de entrar no ventre de minha mãe? 
-------------------------------------------------------------------

Como se pode depreender dos diálogos e trechos transcritos de obras dos chamados Pais da Igreja, a reencarnação era algo bastante disseminado e aceito.

Todos esses testemunhos registrados em diversas obras dos Pais da Igreja, foram e são, até o presente, ignorados pela Igreja Católica, embora não contestem o papel desempenhado por eles na edificação da Igreja Cristã. Note-se que alguns receberam o título de santos da igreja, e outros,por questões doutrinárias são apenas considerados teólogos.

Em outras postagens voltaremos a abordar o assunto.
---------------------------------------------------------



sábado, 19 de novembro de 2011

QUANDO, COMO E POR QUE O ESPIRITISMO FOI EXCLUÍDO DA FÉ CATÓLICA?

Sabe-se que as questões doutrinárias, de administração ou de disciplina eclesiástica, no Catolicismo, são decididas através de concílios (s.m., do latim conciliu), também conhecidos como sínodos. Os concílios são assembléias de uma Igreja, geralmente da Igreja cristã, convocada para decidir sobre determinada questão, através de seus bispos e de doutores em teologia.

Concílios são assembléias que envolvem toda a Igreja de um determinado local. Assim, os concílios podem ser nacionais, com bispos de uma só nação; provinciais, abrangendo bispos de uma só província, ou ainda mundiais, envolvendo bispos do mundo todo.

As decisões dos concílios ficam arquivadas em atas.

Foram realizados diversos concílios ao longo do tempo, entre os quais destacamos: o de Nicéia l (325) o primeiro a ser realizado, seguido do de Constantinopla (381), o de Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553) e Constantinopla III (681), Nicéia II (787), Constantinopla IV (869/870), Latrão I (1123) Latrão II (1139), Latrão III (1179), Latrão IV (1215), Lião I (1245), Lião II (1274), Viena (1311/1312), Constância (1414-1418), que condenou João Huss, Concílio de Basiléia-ferrara-Florença (1431/1432), Latrão V (1512/1517), de Trento (1545-1563), que decidiu a reforma geral da Igreja Católica, em face do protestantismo, Vaticano I (1869/1870), que definiu o primado do papa e o dogma da sua infalibilidade, Vaticano II (1962/1965) sobre problemas de índole pastoral.

Obs.: o Concílio de Basiléia (1431-1449), transferido para Florença (1434) não é considerado ecumênico.

O CONCÍLIO QUE CONDENOU A REENCARNAÇÃO
Em maio 553 d.C., foi convocado em Constantinopla um concílio que seria o V Concílio, na classificação geral, mas o II de Constantinopla. 
O concílio foi a última fase de um conflito longo e tumultuado que começou com um édito de Justiniano em 543 d.C. contra Orígenes e o chamado origenismo. Justiniano se convenceu que o Nestorianismo continuava a ganhar força por causa dos escritos de Teodoro de Mopsuéstia (428 d.C.), Teodoreto (457 d.C.) e Ibas de Edessa (457 d.C.), sendo que as obras de Teodoro e de Teodoreto eram muito admiradas dentro da Igreja. Por conta da sua recusa inicial em condenar os "Três Capítulos", o Papa Vigílio foi detido em Constantinopla contra sua vontade em 547 d.C..

Não foi o Papa Virgílio, o Pontífice da época quem o convocou, mas sim Justiniano, o Imperador romano. O Papa quase perdera a vida por se recusar a comparecer e os demais bispos convocados ali compareceram e votaram sob a pressão do Imperador.

Não teria sido, pois, um Concílio legalmente constituído, mas realizado por alguns bispos, subjugados pelo Imperador romano.

A finalidade apontada seria tratar exclusivamente de uma controvérsia teológica conhecida como "Trës Capítulos", mas, na realidade, Justiniano visava destruir os "origeneístas", partido existente na Palestina, que defendia uma visão teológica contrária à do Imperador: a da preexistência das almas.

Se você quiser se aprofundar sobre o assunto e ficar informado sobre o que sejam os Três Capítulos, Orígenes e outros personagens aqui citados, clique nos links destacados no texto ou aqui.
-------------------------------------------------------------------