sábado, 20 de fevereiro de 2016

Curiosidades religiosas: Entenda o Celibato


A maioria das pessoas com certeza, já ouviram falar em Celibato, mas não entendem ou nem sabem o que vem a ser. Neste post esclareceremos o que vem a ser Celibato e qual sua origem.


O celibato (do latim cælibatus, significa estado daquele que não é casado ou que é célibe) é, na sua definição literal, o estado de uma pessoa que se mantém solteira, sem obrigação de manter a virgindade, podendo ter relações sexuais. No entanto, o termo é popularmente usado incorretamente para descrever uma pessoa que escolhe abster-se de atividades sexuais.


Do ponto de vista religioso, o Celibato se tornou obrigatório com o Primeiro Concílio de Latrão (1123) e o Segundo Concílio de Latrão (1139) que condenaram e invalidaram o concubinato e os casamentos de clérigos, impondo assim o celibato clerical. Mas a primeira tentativa de tornar o Celibato obrigatório começou bem antes, com o Concílio de Elvira (295-302), que tornou o celibato obrigatório. Porém, era um concílio regional espanhol, e as suas decisões eram de caráter regional e não eram cumpridas por toda a Igreja. Outro passo importante na implementação do celibato foi dado no Primeiro Concílio de Niceia (323), que decretou que "todos os membros do clero estavam proibidos de morar com qualquer mulher, com exceção da mãe, irmã ou tia" (III cânon) . No final do século IV, a Igreja Latina promulgou várias leis a favor do celibato, que foram geralmente bem aceitas no Ocidente, no pontificado de São Leão Magno (440-461). O Concílio de Calcedónia (451) proibiu o casamento de monges e virgens consagradas (XVI cânon) .

Houve vários avanços e recuos na aplicação dessa prática eclesiástica, chegando até mesmo a haver alguns Papas que eram casados antes de receber as ordens sagradas, como por exemplo o Papa Adriano II (867-872). 

No século XI, vários Papas, especialmente Leão IX (1049-1054) e Gregório VII (1073-1085), esforçaram-se novamente para aplicar com maior rigor as leis do celibato, devido à crescente degradação moral do clero. O celibato clerical voltou a ser defendido pelo Quarto Concílio de Latrão (1215) e pelo Concílio de Trento (1545-1563).

Atualmente, as leis do celibato aplicam-se somente aos sacerdotes da Igreja Latina, ficando de fora as Igrejas Católicas Orientais e os ordinariatos pessoais para anglicanos, que admitem padres casados, mas os seus bispos são celibatários.
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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_da_Igreja_Cat%C3%B3lica

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Curiosidades Religiosas: Conheça a História do Cânone do Novo Testamento



Nos primeiros séculos do Cristianismo, existiam centenas de textos sobre as idéias do Cristo. Existiam, também, diversas correntes que se degladiavam para fazer prevalecer suas idéias e assim, obter o domínio sobre a então religião que florescia. Entre esses grupos estavam os ortodoxos, os grupos mais aliados à Roma e aqueles que se convencionou chamar de gnósticos.
Para se ter uma idéia, caso se resolvesse formar uma Bíblia com os escritos da época, esta teria mais de quinhentos livros. Imagine-se a dificuldade que seria manusear tal quantidade de livros, que até então, não existiam no formato como hoje conhecemos. Eram pilhas de papiros e tábuas escritas em idiomas diversos, principalmente copta e gregos. Imagine-se também, saber-se sobre a autenticidade dos mesmos, sobre seus autores e as diversas linhas de interpretação das idéias do Cristo.
Desde o início do Cristianismo parece ter havido fraudes. O apóstolo Paulo, por exemplo, começou a assinar suas cartas por causa de textos falsos que circulavam na igreja já no século I (II Tes 3:17 e 2:2).
O principal alvo dos ortodoxos e dos grupos aliados à Roma (a Igreja do Ocidente) eram os chamados gnósticos, principalmente por pregarem que para falar com Deus, não era necessário haver intermediários (sacerdotes). Lógico que isso era uma idéia contrária a então hierarquia das Igrejas ortodoxas e católicas que já se organizavam como é ainda hoje.
Os gnósticos eram,então hostilizados e suas idéias severamente combatidas. Os mandatários da Igreja católica da época, principalmente, trataram de afastar os gnósticos e suas idéias para o limbo da história.
Essa discussão remonta aos primeiros séculos do Cristianismo e já no século II, os pais da igreja, combateram esses textos nos seus escritos. Eusébio, por exemplo, os denomina como "totalmente absurdos e ímpios".
No ano 325, a Igreja Católica patrocinou a primeira separação oficial entre os textos, no Primeiro Concílio de Nicéia, convocado pelo imperador romano Constantino, que havia aderido ao Cristianismo, por questões políticas. A separação atual dos textos, foi imposta pelo Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, convocado pelo Papa Paulo III, representante máximo da Igreja Católica.
Para se ter uma idéia, da quantidade de textos escritos na antiguidade, só Evangelhos existiam mais de cem, mas apenas quatro foram aceitos como parte do Novo Testamento, ou seja, como canônicos.
·         Evangelho segundo Mateus
·         Evangelho segundo Marcos
·         Evangelho segundo Lucas
·         Evangelho segundo João
Existiam, também, diversos Apocalipses, mas somente o de João foi inserido na Bíblia como a conhecemos atualmente. Muitos desses textos foram destruídos pela Igreja Católica e Ortodoxa. Mas chegaram aos nossos dias diversas obras intactas e outras apenas fragmentos, escondidos que foram pelos seguidores dos gnósticos e de outras correntes de pensamentos banidos pelos vencedores da disputa pela liderança da religião cristã.
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