sábado, 27 de abril de 2024

Curiosidades Religiosas: O que significa o termo “Vetus Latina”?

Inicialmente cabe explicar que Vetus Latina é uma expressão latina e que significa “Latim Antigo”. Era, também, o nome comumente dado aos textos bíblicos traduzidos para o latim antes da tradução da Bíblia por São Jerônimo, que ficou conhecida como Vulgata.

Com a propagação do cristianismo por todo Império Romano, houve a necessidade de se traduzir os escritos bíblicos para os cristãos que não liam o grego ou o hebraico. Acredita-se que muitos escritos bíblicos foram traduzidos já no início do século I, e que foram realizadas por tradutores informais.

Dentre os muitos escritos traduzidos encontra-se uma página do Codex Vercellensis, um exemplo da Vetus Latina. Este manuscrito contém o Evangelho de São João. Mas, não existe e nem existiu nenhuma Bíblia "Vetus Latina" como uma coleção de manuscritos bíblicos traduzidos para o Latim que tenha  precedido a Vulgata de São Jerônimo.

Bruce Metzger, notório estudioso de manuscritos, depois de comparar a leitura de Lucas nos manuscritos da Vetus Latina, contou "não menos que 27 variações!".

Muitas dessas traduções Vetus Latina, aparecem frequentemente em  citações das passagens bíblicas nos escritos dos Pais da Igreja Latina. Acredita-se que alguns deles tenham compartilhados a leitura de determinados grupos de manuscritos.

Muitas das versões da Vetus Latina não foram consideradas autorizadas como traduções bíblicas que poderiam ser usadas por toda Igreja. Entretanto, muitos dos textos que fazem parte dos manuscritos da Vetus Latina foram desenvolvidos para suprir uma necessidade de uma comunidade local, ou para ajudar em uma homilia ou sermão.

Muitos dos manuscritos existentes da Vetus Latina contêm os quatro Evangelhos canônicos e também possuem várias diferenças substanciais de um para o outro. Por outro lado, em outras passagens bíblicas possuem exatamente o mesmo texto.

Em sua obra "A Doutrina Cristã", Santo Agostinho lamenta a variação na qualidade dos textos presentes nos manuscritos disponíveis. Solecismos gramaticais abundam, alguns reproduzem literalmente expressões no grego ou hebraico conforme constam na Septuaginta.

Do mesmo modo, os vários manuscritos da Vetus Latina refletem as várias recensões da Septuaginta que circulavam com os manuscritos africanos (tais como o Codex Bobiensis) que preservam leituras do texto típico ocidental, enquanto as leituras nos manuscritos europeus estavam mais próximos do texto típico Bizantino. Várias particularidades gramaticais são das formas gramaticas em uso no Latim vulgar que se encontram nos textos.

Com a publicação da Vulgata de São Jerônimo, os textos traduzidos para o Latim ganharam unidade, estilo e consistência, atributos que não eram presentes na Vetus Latina; por esta razão esta foi ficando em desuso com o tempo.

São Jerônimo, em duas de suas cartas, queixa-se que sua nova versão das Escrituras para o Latim não tenha agradado inicialmente os Cristãos, que estavam familiarizados com as expressões da Vetus Latina. Entretanto, como as cópias da Bíblia completa eram difíceis de se achar, as traduções da Vetus Latina para os vários livros bíblicos foram copiadas junto com os textos da Vulgata, o que gerava não poucos transtornos para a leitura.

Os textos da Vetus Latina organizados como um único livro foram encontrados em manuscritos tardios, datados do séc. XIII.

Mesmo assim, a Vulgata suplantou a Vetus Latina foi reconhecida como a versão da Igreja Católica no Concílio de Trento.

Abaixo segue uma amostra comparativa entre o texto da Vetus Latina e da Vulgata. O texto em tela refere-se a Lc 6,1-4 segundo o texto que consta no Codex Bezae.
Vetus Latina
Vulgata
Et factum est eum in Sabbato secundo primo abire per segetes discipuli autem illius coeperunt vellere spicas et fricantes manibus
Factum est autem in sábbato secúndo, primo, cum transíret per sata, vellébant discípuli ejus spicas, et manducábant confricántes mánibus.
manducabant. Quidam autem de farisaeis dicebant ei, Ecce quid faciunt discipuli tui sabbatis
Quidam autem pharisæórum, dicébant illis : Quid fácitis quod non licet in sábbatis ?
quod non licet ? Respondens autem IHS dixit ad eos, Numquam hoc legistis quod fecit David quando esurit ipse et qui cum eo erat ?
Et respóndens Jesus ad eos, dixit : Nec hoc legístis quod fecit David, cum esurísset ipse, et qui cum illo erant ?
Intro ibit in domum Dei et panes propositionis manducavit et dedit et qui cum erant quibus non licebat manducare si non solis sacerdotibus ?
quómodo intrávit in domum Dei, et panes propositiónis sumpsit, et manducávit, et dedit his qui cum ipso erant : quos non licet manducáre nisi tantum sacerdótibus ?


O texto do Latim antigo sobreviveu na Igreja em muitas partes, especialmente na Liturgia, como se pode observar no conhecido canto de Natal em Lc 2,14:
Gloria in excelsis Deo, et in terra pax hominibus bonae voluntatis
Glória in altíssimis Deo, et in terra pax in homínibus bonæ voluntátis
Provavelmente a mais conhecida diferença entre o texto da Vetus Latina e da Vulgata seja a oração do Pai Nosso. Veja abaixo:
Vetus Latina
Vulgata

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O QUE É UMBRAL?

Umbral tem diversos significados. Na Astronomia, por exemplo, a parte mais escura das manchas solares, que constitui a região mais central dessas manchas é o umbral. Em língua latina significa sombra. No idioma espanhol, significa soleira da porta. Significa, também, limiar, entrada. 

Na Doutrina Espírita, "umbral" é a palavra utilizada para designar o “estado ou lugar transitório por onde passam as pessoas que não souberam aproveitar a oportunidade de evolução em sua vida na Terra” (definição escrita por Chico Xavier e atribuída ao espírito de André Luís). Assim, deduz-se da definição acima que seria uma situação intermediária “entre” a dimensão material (ou física) e a dimensão espiritual (ou sutil) e seria, para a maioria dos espíritos que desencarnam, a “porta de entrada” no plano espiritual. 

Segundo o Dicionário de A a Z do Espiritismo, Umbral é um imenso território da névoa que desempenha as funções de alfândega da espiritualidade. No meu singelo entendimento, seria então, a dimensão situada entre o mundo material e o espiritual. 

Citando a obra "Nosso Lar", obra de André Luiz, psicografada pelo médium Chico Xavier, seria uma região de “sombras” erguida e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada e enfermiça. Seria um lugar mal iluminado, cheio de “trevas” (que é a primeira imagem que vem à mente quando se fala de umbral no sentido da psicofísica). __________________________________________________________________________
Fonte: Nosso Lar, Espírito André Luís, médium Chico Xavier, 2016.
Fonte: wikipedia

domingo, 26 de julho de 2020

EXISTE MORTE POR ACIDENTE?


Existe morte por acidente? Eis uma questão intrigante.

Na visão espírita, é importante compreender que, na verdade, não houve acidente! Na morte por acidente não há enganos. Aquele era o momento do desencarne daquela pessoa.

É, por exemplo, o caso daquele que perdeu o voo e o avião se acidentou. É, igualmente, o caso daquele que não iria embarcar na aeronave acidentada, mas por algum motivo embarcou. Em ambos os casos não houve engano algum.

O espírito, ao desencarnar de forma traumática, ou mesmo após doença, frequentemente fica desacordado, passando por um período de transição e recuperação. É levado para hospitais no plano espiritual. Ali, ele fica em tratamento recuperando-se. O período de recuperação varia de acordo com cada caso.

Outro ponto interessante:  pode acontecer também de, no caso de acidente grave, o espírito ser “desligado” instantes antes de o corpo sofrer danos muito grandes. E para que isso? Para que aquela pessoa não sinta todo o trauma/dor do acidente. Aquele espírito é retirado do corpo milésimo de segundos antes de o corpo sofrer os ferimentos do acidente. Nesse caso, o corpo se desgasta, mas o espírito não sofre o trauma.

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Fonte: adaptado do texto em aprendiz_espirita, in post Instagram.


quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Você acredita em sorte?

Nem tudo na vida são flores, afinal a primavera é uma estação cíclica. 

Muitas vezes acontecem coisas desagradáveis que nos levam a questionar o ocorrido. Alguns pensam terem sido abandonados pela sorte. Se consideram pessoas azaradas. Outras extrapolam, pois se acham abandonadas por DEUS. Se consideram a última das criaturas. Essas pessoas, com esse tipo de posicionamento só atraem energias negativas, em que nada contribui para sua melhoria.

As coisas agradáveis que nos acontecem não são questionadas, pois sempre nos consideramos merecedores das coisas boas, pessoas abençoadas. Você já viu alguém reclamando das coisas boas que acontecem em suas vidas. Essas, por seu lado, transbordam energias positivas.

Mas, por que acontecem coisas desagradáveis em nossas vidas? Seriam punições que nos são impostas por DEUS? Alguns acham que sim. Mas, o poeta já dizia que "sorte tem quem acredita nela". Você acredita em "sorte"? 

Deus, como ótimo Pai que é, só deseja felicidades para seus filhos.

Inicialmente cabe dizer que DEUS não pune ninguém, apenas colhemos o que plantamos.
Se nossas ações sempre são positivas, teremos frutos positivos. Se plantamos nuvens, colheremos chuvas ou tempestades.

Temos que considerar também que todas as coisas desagradáveis porque passamos vêm em função da necessidade de aprendermos com elas. A vida é um constante aprendizado e estamos aqui para nos aperfeiçoar física, espiritual e moralmente.

Pense nisso.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Curiosidades Religiosas: Como saber quando inicia cada Ano Litúrgico?

O QUE TODO CATÓLICO DEVERIA SABER - Cálculo do atual ano litúrgico
A Igreja deveria ensinar e divulgar informações sobre os chamados Anos Litúrgicos, mas essa informação parece ser de caráter interno. Mas, aqui vão algumas informações.

O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamados de anos A, B, C. Cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. A organização das leituras próprias para cada ano possibilita ao católico estudar toda a Bíblia, desde que participe de todas as missas diárias ou estude a Liturgia Diária nesse período de três anos. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:
·         1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
·         1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
·         2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
·         2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
·         2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
....
·         2018 é 2+0+1+8 = 11 (9+2) = Ano B
Logo, 2019 será um ano C.

Como se infere dos cálculos acima estamos no ano B: 2018 = 2+0+1+8=11 (9+2). O ano litúrgico
começa no advento do ano anterior, logo, o advento de 2017 é o início do ano litúrgico de 2018).
Aos nossos leitores desejamos uma boa leitura e apreensão.
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