Tomé era israelita de nascimento e teria vivido entre 3 a.C. e 53 d.C. Pertencia a uma família de pescadores, mas era carpinteiro de ofício.
A passagem mais conhecida sobre Tomé, que encontrava-se ausente no momento em que o Cristo reapareceu aos discípulos, exigiu destes provas materiais da ressurreição do Mestre e, por isso, Jesus ressurgiu e pediu-lhe que tocasse suas chagas. Surgiu daí a sua alcunha de ascetista e gerou frases que até hoje são utiizadas por muitos para ilustrar coisas ou fatos de difícil credulidade,entre as quais a famosa frase “Ver para crer”.
E bastante citado em passagens do Novo Testamento, nos quatro evangelhos. O Evangelho de João dá-lhe grande destaque. Em 11,16, cita que ele incitou os discípulos a seguir Jesus e a morrer com ele na Judéia dizendo então aos discípulos: Vamos também nós, para morrermos com ele!
Foi ele que perguntou a Jesus, durante a Última Ceia, sobre o caminho que conduz ao Pai: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Diz-lhe Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim (João 14,5-6).
Tomé tinha temperamento audacioso mas cheio de generosidade tendo percorrido as etapas da fé e professou que Jesus era realmente Deus e Senhor.
Ausente na primeira aparição duvidou dos colegas, que Jesus tinha voltado. Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e o ascetista estava com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco!. E lhe disse depois: Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê! O apóstolo incrédulo respondeu Meu Senhor e meu Deus! (João 20,26-28), tornando-se o primeiro dos apóstolos a se dirigir a Jesus nestes termos. Ninguém até aquele momento, nem mesmo Pedro e João, havia pronunciado a palavra Deus dirigindo-se a Jesus.
Era também chamado Dídimo ou Gêmeo (seu nome, tanto em aramaico Te'oma como em grego Didymos significa gêmeo) era o terceiro apóstolo em idade depois de Pedro, mas ao contrário deste não era casado, assim como Bartolomeu, André, Simão, Judas e o próprio Jesus.
Segundo as escrituras foi em resposta a ele que Jesus introduziu o mistério trinitário: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vocês me conhecem, conhecerão também meu Pai...".
Segundo o bispo Eusébio de Cesaréia, do século IV, depois da morte de Jesus, o discípulo evangelizou a Pártia e, pela a tradição cristã posterior, estendeu seu apostolado à Pérsia e à Índia, onde é reconhecido como fundador da Igreja dos Cristãos Sírios Malabares ou Igreja dos Cristãos de São Tomé.
Consta que foi martirizado e morto (53) pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, onde ficam o monte São Tomé e a catedral de mesmo nome, supostamente local de seu sepultamento. Historiadores acreditam que o apóstolo foi morto alvejado por lanças, quando orava. Sucumbiu como líder e mártir, como o crente fiel que Jesus lhe pediu. Suas relíquias seriam venerados na Síria e, depois, levadas para o Ocidente e preservadas em Ortona, na Itália. É festejado pelos católicos em 3 de julho.
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