quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A DOUTRINA ESPÍRITA E O NIILISMO


Nascemos, crescemos e morremos. Mas, e depois, o que acontece após a morte? Para onde vamos? O que seremos? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ainda, ou não? Ou simplesmente acaba tudo com a morte?

Esses questionamentos torturam os homens ao longo dos séculos. Mas uma coisa é certa: todo homem experimenta a necessidade de viver, de amar, de ser feliz. Diga a um moribundo que ele ainda viverá, que ainda não chegou sua hora; diga mais ainda, que será mais feliz do que porventura o tenha sido e seu coração palpitará de alegria. Mas, para que servirão essas aspirações de felicidade se um leve sopro é capaz de dissipá-las?

Existe algo mais desesperador do que a idéia da destruição absoluta? Seus afetos, o saber adquirido laboriosamente, a inteligência, progressos, tudo será perdido. Mas, para que tantos esforços em vida se tudo estará perdido com a morte? 

De nada nos serviria, portanto, quaisquer esforços para nos tornarmos pessoas melhores, para reprimirmos sentimentos pouco louváveis, pois que nada seria aproveitado de tudo isso, considerando-se a opinião de que amanhã, isso já não nos serviria para coisa alguma! Se fosse assim, a sorte do homem seria muitas vezes pior do que a do animal, porque este vive inteiramente do presente, com vistas à satisfação dos seus apetites materiais, sem aspirações para o futuro. Uma secreta intuição, porém, nos diz que isso não é possível, que não acaba com a morte.

Pela crença no nada o homem concentraria, forçosamente, todos os seus pensamentos na vida presente. Não faria sentido, é lógico, preocupar-se com um futuro do qual nada se espera. Esta preocupação exclusiva do presente leva o homem naturalmente a pensar em si, preponderando o sentimento de egoísmo e de incredulidade. Prevaleceria o aqui e o agora, porque não saberíamos por quanto tempo estaríamos vivos.
É coerente também com esta outra conclusão, muito mais grave ainda para a sociedade: cada qual por si: a felicidade, neste mundo, é do mais astuto.

Se o respeito humano retém algumas pessoas, que freio haverá para os que nada temem? Estes últimos acreditam que as leis humanas só alcançam os tolos e assim empregam todo o seu talento no melhor meio de se esquivarem a elas. Se há uma doutrina insensata e anti-social, é seguramente, o niilismo, porque rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.

Se a incredulidade absoluta se tornasse maioria no mundo, a sociedade entraria em dissolução, em colapso. Eis aonde nos levaria a doutrina do niilismo.

Mas, é fato indiscutível, que o ceticismo, a dúvida e a indiferença ganham terreno dia-a-dia, apesar dos esforços da religião, cada vez mais impotente contra a incredulidade, faltando-lhe meios para combatê-la. Nesse caso, a religião só se sustentaria se houvesse concordância de sua doutrina com os dados positivos da Ciência. Caso, não haja essa concordância, seria preciso optar entre a evidência e a fé cega. Eis aqui um grande desafio imposto à religião.

É neste momento que o Espiritismo vem opor um dique à invasão crescente da incredulidade, oferecendo fatos materiais, tornando visíveis e tangíveis a alma e a vida futura, contrapondo-se a doutrina do  niilismo.

O Espiritismo é a ciência que vem revelar aos homens,por meio de provas irrefutáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra não mais como coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma multidão de fenômenos até então incompreendidos e,por isso mesmo, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso.O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica com facilidade. Pense nisso, caro leitor.
Fonte: Kardec, Allan. O Céu e o Inferno, Cap. I
          Kardec, Alan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.I, item 5.

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